FESTA DA LANTERNA – 24/06/23

Vamos comemorar nossa festa da Lanterna – 2023 dia 24/06 às 15h30.

Venham participar! Tragam um salgado ou doce para compartilhar.

A menina da lanterna

Era uma vez uma menina que passeava com sua lanterna, cuja luz se apagou… Assim começa a jornada da menina. Também assim começou, e recomeça, sempre, a nossa jornada… A história é muito simples, mas contém ensinamentos preciosos. Cada um dos personagens do teatro “A menina da lanterna”representam algo que existe em cada ser humano, ainda criança, adolescente ou já adulto. Vamos lembrar…

O vento, que inicialmente apaga a lanterna da menina simboliza os obstáculos, as dificuldades, externas ou internas que nos fazem por vezes ter que “andar no escuro”, vivenciar o medo e a desesperança. Mas, também é o vento que pode dissipar a névoa que encobre a visão, que pode nos colocar em movimento, em busca de uma renovação de algo que novamente nos vitalize… A menina, apesar da perda da luz exterior, continua sua busca por fogo renovador. Elevada pela música, pela emoção, ela inicia sua jornada justamente a partir da adversidade.

No caminho, encontra três animais…

O ouriço é o primeiro que lhe nega ajuda. Ele fala de nosso egoísmo, de nossos momentos de aspereza e pressa. Mostra os espinhos que todos temos e precisamos conhecer. Justifica-se, como nós nos justificamos tantas vezes, pela falta de tempo, pelos muitos afazeres que nos impedem de buscar o que pode ser mais importante: a luz interior, o fogo da vida. Mas a menina vai em frente, movida pela esperança de encontrar o que busca. E assim também nós prosseguimos.

Mais adiante, ela se encontra com o urso, preguiçoso, mal-humorado, cansado. Ele quer dormir, afasta a menina com resmungos. Quer, como nós tantas vezes afundar na inocência do sono para evitar uma realidade adversa. Foge da tarefa que a menina lhe pede, que a vida nos pede: acender a lanterna para ver melhor e… quem sabe enxergar algum novo caminho.

Sem desistir, ainda, a menina enfrenta a raposa. Concentrada em sua própria necessidade, de caçar os ratinhos e sobreviver na floresta, a esperta raposa não deseja companhia, ordena à menina que volte à sua casa… Sua astúcia lembra nossa ilusão de onipotência, a falta ideia de que só nós mesmos nos bastamos, de que precisamos apenas de nós mesmos para dar conta das tarefas que a vida nos impõe. Parece que os mais frágeis, como a menina, só nos atrapalharão…

Os animais simbolizam na história as forças instintivas que todos temos e precisam ser reconhecidas para serem dominadas. Mas, neste momento da jornada da menina essas forças ainda estão inconcientes e só fazem com que a menina se entristeça, esmoreça, se desvitalize. A autoestima da menina fica arranhada com as rejeições que não compreende.

A sabedoria infantil faz a menina adormecer: uma pausa para a recuperação, para a ação das forças do mundo cósmico, para o surgimento da luz das estrelas… (E quantas vezes não precisamos deste sono-sonho restaurador!). A voz interior, a intuição, simbolizada pelas estrelas conselheiras, fala: “Procure o amigo sol; ele acenderá sua lanterna…” E a menina acorda e segue. A coragem e a esperança a movem em frente… (E quantas vezes não precisamos de coragem e esperança!).

Na segunda etapa de sua (nossa) jornada, a menina vai visitar a mais três personagens.

Entra na casa da finadeira, pede auxílio para procurar o sol. A fiandeira trabalha em sua roca, tecendo o fio, sem pensar. Ela simboliza nosso pensar: um talento do ser humano que por vezes nos enreda numa teia imobilizadora. A menina não obtém companhia, apenas a ela é oferecido pouso para um descanso, antes de prosseguir viagem. Mas ela já sabe onde mora a fiandeira, ela encontra o fio do pensamento e respeita o limite do que ainda não compreende. O pensar também lhe será útil como é a todo ser humano na jornada da vida.

A casa do sapateiro é a segunda parada. Convida-o para sair em busca do sol. Ele não pode: está trabalhando no conserto dos sapatos. Com seus pés firmes no chão, na terra, o sapateiro faz a menina conhecer a força de vontade, o querer do ser humano. Com ele aprende, conhece mais a parte importante da vida, depara-se com mais um limite. Mas ela não enfraquece, ao contrário, percebe que pode continuar, que deve continuar sua busca, mesmo sem companhia.

Subindo a montanha, provável morada do sol, a menina ainda encontra a uma criança brincado com sua bola. Ainda esta não será sua companhia. A criança da bola está muito ocupada, experimentando o mundo com seus sentimentos e não pode acompanhá-la. A menina da lanterna sabe, assim com nós sabemos: brincar, sentir o mundo é importante. É um aprendizado que se impõe em todas as fases da vida. Mais um limite a respeitar.

E a menina prossegue… Chega ao topo da montanha, cansada, mas não encontra o sol… Ainda… Ela adormece, fazendo uma pausa, novamente para a inconsciência… E é o sol que nasce dentro da menina, engrandecida pela jornada e por tudo que foi aprendendo no caminho, com as adversidades, com os limites, com as forças que encontrou em si mesma… Ele chega no momento certo.

Quando a menina encontra sua própria luz interior, quando nós nos transformamos, podemos abençoar outros que precisam desta luz. Transformando a nós, participamos da transformação da nossa casa, do nosso mundo… À criança que perdera a bola, com seu sentir desordenado, a menina doa a luz que permite encontrar a bola, com seu sentir desordenado, a menina doa a luz que permite encontrar a bola e ordenar seus sentimentos… Ao sapateiro, sem poder trabalhar, mergulhado na escuridão, a luz da menina acende a vela que lhe aquece as mãos e devolve sua capacidade de trabalho… À fiandeira, perdida diante de sua roca, sem luz para puxar o fio do pensamento, a luz da menina clareia a casa…

Os animais também se transformam. Tocados pela força luminosa, são, agora forças instintivas reconhecidas e dominadas para participarem da continuidade da jornada da vida da menina.

Um todo harmônico se compõe ao final da peça… Todos em um: a menina, a família, o mundo, entoam uma mesma canção: a canção da esperança na vida, na força da luz interior que cada ser humano tem:


“Eu ando com minha lanterna

E minha lanterna comigo

No céu brilham estrelas

Na terra brilhamos nós”


“Minha luz vou levando

Sempre dela cuidando

Se alguém precisar

Dela posso lhe dar.”

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